Lembro quando fiz um curso EAD e vi colegas experientes, ótimos no trabalho manual, travando completamente com o Moodle. Era gente que resolvia problemas complexos no serviço, mas ficava perdida pra enviar uma simples atividade online. A tutora do polo fazia um trabalho incrível - nas aulas presenciais, ela trazia seu notebook e ensinava o passo a passo com uma paciência admirável. Nós, alunos mais familiarizados com a tecnologia, acabávamos ajudando também, virando monitores informais nos intervalos.
Essa experiência me mostrou como o ensino a distância pode ser desafiador pra quem não tem familiaridade digital. Muitos desses colegas eram profissionais competentes, mas nunca tinham tido contato com ambientes virtuais de aprendizagem. O problema não era capacidade, e sim a falta de adaptação do sistema às diferentes realidades dos alunos. Foi aí que percebi a importância real da tutoria em EAD - não basta dominar o conteúdo, tem que saber traduzir a tecnologia para quem está começando.
Hoje entendo que a verdadeira mediação no EAD vai além do conteúdo. É sobre humanizar a tecnologia, criar pontes entre o sistema e as necessidades reais dos alunos. Quando um colega finalmente conseguia postar seu trabalho sozinho, a alegria era geral. Essas pequenas conquistas me inspiraram a querer trabalhar com tutoria, ajudando outros adultos a navegar nesse mundo novo do aprendizado digital. Afinal, todo mundo merece ter acesso à educação, independente do seu nível de familiaridade com computadores.